E eis que a novela Avenida Brasil
finalmente entra na sua reta final. Assisti apenas a alguns capítulos esparsos
porque, confesso, não tive coragem de acompanhar a trama integralmente, cena a
cena, dia após dia – algumas passagens me pareceram tão chocantes que desligava
a televisão antes que o capítulo do dia chegasse ao fim: embora a excelência do
elenco, a cenografia, caprichada e o inegável peso do “padrão Globo de
telenovelismo”, Avenida Brasil, na minha modesta opinião, foi uma novela
estranha. Pesada demais, cruenta demais. Uma versão contemporânea e ipsi literis, quase uma apologia, da tão
abominada apesar de incansavelmente praticada lei de Talião. Com suas traições,
roubos, trapaças, mentiras, Avenida Brasil me desconfortou desde o início e,
provavelmente, desconfortará até o último momento. E, se João Emanuel Carneiro
eu fosse, tentaria um pouco de leveza ao menos no capítulo final do folhetim.
Minha Avenida Brasil terminaria da seguinte forma:
Tufão finalmente aceita que sua
carreira de jogador de futebol acabou e que não tem talento nenhum para empresário
e resolve, então, abraçar profissionalmente a atividade que mais desempenhou
durante a novela: palhaço de circo.
Jorginho desaparece. Alguns meses
depois, Nina é presa pois descobre-se que ela o matou e serviu no jantar quando
descobriu que ele tivera uma filha com uma ex-BBB.
Suelen cria um blog na internet
onde conta sua vida como Maria-Chuteira. Diante da repercussão, lança um livro
que depois vira filme.
Max é preso e passa alguns anos
na cadeia até obter liberdade condicional por bom comportamento; ao sair abre
uma oficina mecânica e se casa com uma manicure chamada Babalu. Torna-se
alcóolatra após ser abandonado pela mulher, que parte em busca do sonho de ser
paquita do programa Xou da Xuxa.
Cadinho é abandonado pelas três
mulheres e, deprimido, muda-se para o Iêmen, onde se converte ao islamismo e
casa-se com outras sete.
Carminha, após driblar o cerco
dos mocinhos da trama e transferir todo o dinheiro acumulado durante a novela
para um paraíso fiscal, foge de jatinho particular para o exterior e, alguns
anos depois, se casa com Marco Aurélio, que estava vivendo fora do Brasil desde
a novela Vale Tudo.
E se alguém estiver se perguntando por que, no meu último capítulo, a Carminha se dá bem depois de aprontar de tudo e mais um pouco: comparadas as vilanias de todos os personagens, ela não foi a mais podre entre as maçãs. Além disso, admitir é preciso: amo a Adriana Esteves.
E você? Como seria o seu último capítulo de Avenida Brasil?
4 comentários:
Seria assim, em plano sequência:
Um gigantesco trator, com aqueles guindastes de demolição, surgiria na tela, destruindo todos os cenários de todas as novelas, sob o som da Cavalgada das Valquírias. Em seguida, entra o locutor oficial da Presidência da República (na ausência do Cid Moreira) e diz, com todas as letras - "Brasil, você está liberto dessa programação; novelas, nunca mais".
Corte rápido para o início de um bom filme, aventura ou comédia, que passa a ser o modelo de programação para todas as noites na Globo (e noutras emissoras).
FABRÍCIO, me diverti um monte aqui imaginando a cena ao som da Cavalgada das Valquírias! E achei digno, viu? Achei digno ;-)
E se eu te disser que não vi nem um capítulo? E se te disser que não assisto mais televisão faz anos? E digo mais... não faz falta nenhuma! Só tem porcaria e como eu não tenho TV à cabo, não sei se lá tem menos porcaria ou não...rs. Mas ri bastante só imaginando o tipo dos personagens que vc escreveu o fim!
Saudade de ti! Bjossss
Seguindo, amei o Blog, estarei sempre por aqui. Se desejar de uma passadinha no meu
http://mylostworldjm.blogspot.com.br
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