Daquele lugar, aqui.
Enquanto meus olhos repousam sobre a contraditória
indiscrição que é viver, apenas observo. Não a minha vida, não necessariamente
a vida de alguém: observo, escondida naquele canto esquecido entre uma vaga
lembrança e uma existência presente, escuro e empoeirado como um vão da escada
que se dirige àquele lugar que tanto evitamos e que tanto nos fascina
justamente porque não o conhecemos, observo a imagem em reflexo àquilo que eu
costumava chamar de “aqui”, sem sê-lo – uma espécie de ponte talvez, eu que
tanto medo tenho de pontes embora goste de caminhar sobre, partindo de, em
direção a. Um abismo contundido, uma brisa contundente, um contudo – um,
contudo. Conteúdo. Tenho todos os dias mais uma chance de desatar de mim o laço
que amarra a alguns receios minha liberdade. Tenho. E aperto o nó, como se
aperta a garganta de um sonho para fazê-lo lutar para sobreviver ao pressentir
a iminência da própria morte. Há dias nos quais desconfio que a coragem seja
um pretexto para desistir insuspeitadamente, pois, para resistir, é preciso
precaução – e alguns medos são, de fato, o que nos mantêm vivos.
Partindo de, em direção a. E lá vou eu em busca de qualquer
des(a)tino que me caiba na vida, mais uma vez.
3 comentários:
Gosto tanto dos desatinos, da observação. Eu queria poder ter a coragem de andar sempre em frente e não querer olhar pra trás. Voltar é o que me mata :(
Sem comentários para esse seu texto. Me fez refletir.. Realmente, alguns medos nos mantêm vivos...
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