Entendi que não
gosto de perder o fôlego. Não gosto de taquicardia. Eu aceito a taquicardia
como um mal necessário, mas gosto, prefiro, meu coração batendo sem maiores
tropeços. Singular e íntimo, como um bom blues. Porque a gente tem que parar
para respirar fundo. Desaprender o vício que é estar sempre alerta,
experimentar outras percepções – próprias, alheias, comuns. Deixar essa
preocupação besta de viver tudo ao mesmo tempo. Não se trata de ser zen ou de
se espiritualizar, eu não sou zen e nem me espiritualizei mais do que ontem ou
há dez anos; se trata de fazer uma pausa para respirar, pelo tempo que for
necessário, apenas para existir um pouco mais. E tenho feito as minhas, ainda
que elas não me elucidem (tudo é dicotomia – e me conheço melhor desde que
aceitei não saber exatamente quem eu sou).
Respirar,
respirar, respirar.
A vida é feita
também de pausas.
Imagem: Deviantart |
Um comentário:
sabe de uma coisa? - adorei o texto! direto, singelo, crucial! "A vida é feita também de pausas"... Respirar..."aceito a taquicardia como um mal necessário", NOSSA! vc Flavinha, tem o dom de transpor em palavras o desenho da vida de muitos; vc escreve com a alma, vc diz tudo, bate e abraça forte e conforta! Porque um texto simples, singelo, sacode a gente e tbm nos estende a mao!
Beijos, do amigo,
Edu Grabowski
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