"Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água..."
Chico Buarque - Gota D'Água
Soundtrack: Dionne Warwick - Walk on By
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água..."
Chico Buarque - Gota D'Água
Soundtrack: Dionne Warwick - Walk on By
Eu te amei com todas as minhas forças e todas as minhas fraquezas. Escancarei a nudez da minha alma diante dos teus olhos, te entreguei meu corpo de dama e meu cio de besta. Confessei-te meus segredos, adulterei minha pouca razão e desalinhei-a para caber sem temores entre as tuas carícias. Sim, eu rompi com todas as minhas premissas, porque te amei – e, porque te amei, morri e vivi desse amor tantas e tantas vezes, e em todas as vezes cri que fosse a última e me surpreendi ali, continuamente morrendo e vivendo, continuamente morrendo e vivendo, continuamente morrendo e vivendo. Porque te amei.
E esse amor, onde ficou? Desalentado, esquecido atrás da porta, enquanto apagavas as luzes para reacender teus olhos em alguma esquina furtiva do teu labirinto de desejos, em algum encanto barato e fugaz. Perdido entre os cacos da última garrafa de vinho, um tanto ébrio, borrado ainda do violáceo dos teus beijos frios. Ressequido. Esse amor ficou vagando atônito, a passos pequenos, descrevendo círculos estéreis por entre os “não” que a tua inconstância deliberou cravar entre nós dois. Esse amor se desfez do abraço frouxo de amor que cinge uma inexistência e cruzou os braços – cruzou os braços. E amor de braços cruzados esquece de si, amor, ou se faz esquecer – porque vive de tempo presente, desentende, ignora o depois.
Esse amor não ficou, amor. Esse amor, aquele amor, se foi.
E tu? Por onde vais agora, sem vinho e sem esquinas?
41 comentários:
É triste quando chega a esse ponto.
Tem gente que cuida tão mal do amor...
Beijo
É Flavinha, infelizmente é assim "se faz esquecer" e dói.
Me deu um nó esse seu texto, me deu vontade de chorar.
Beijo
Flavinhaaaaa,
Mais um texto carregado de emoção, moça. Que me fala sobre o fogo que o amor tem e do amor continuado que resiste a tanta coisa até não conseguir mais resistir. Que "se faz esquecer", mas que permanece alimentado pelas esperanças e lembranças nossas.
Adoro vir aqui te ler.
Ah! E pode deixar que eu cheiro a minha pequena todinha por você. =) Obrigada pela visita
Beijão!
Estranho como é facil nos encontrar nas palavras escritas aqui, de como suas palavras acabam trazendo a tona lembranças de algo como em nós, mesmo que de um passado tão distante, mas que as marcas parecem não terem sumido...
Assim, onde esse amor ficou? No tempo já morto de dias que nunca voltaram, o amor nunca é o mesmo, mas insistimos que vesti-lo com o mesmo nome...
Beijo dona moça... E doce semana.
:*
Irá para onde as pernas dele o levarem, por onde a cegueira dele o derrubar, pois as esquinas virarão sarjetas, inundadas com as lágrimas que ele pensava não existirem. Haverão lamentações na embriaguez dos erros pois nem mesmo o vinho conseguirá deixá-lo embriagado perante os sentimentos que ficam.
Não teus, pois estes estão mortos e enterrados.
E ao túmulo, teus olhos passearão serenamente pelas palavras "Aqui jaz um amor que podia ter sido intenso e jamais amargurado"
Enquanto os dele lá ficarão presos à lápide.
olá.
estou sem palavras, olha, que texto bom, menina você escreve pra caralho.
confesso que nem sei o que comentar de tão bons que são esses seus textos.
a maneira como você cria o seu roteiro é maravilhosa.
por isso quero te dizer uma coisa, escreva sempre, nossa, parabéns mais uma vez.
é uma poetiza.
sorte e luz, porque enquanto você escreve o mundo responde.
ah, nem me fale, Flávia!!! A "exatez" do teu texto feriu-me aqui, dentro do oco desolado do meu coração, porque amar é doloroso e não-amar também...
beijos daqui...
boa semana!
"O problema é que a gente (não a gente XX, mulheres, mas a gente Homo sapiens de uma forma geral) ainda não entendeu que ser bonito é legal, sim, mas ser autêntico é mais legal ainda. Mais legal, mais interessante e muito, muito mais duradouro."
Concordo plenamente, Flávia! A autenticidade que faz o belo sobressair!
Beijos, ótima semana!
reencontrei teu blog!
o amor é brega, mas é lindo
Vc consegue escrever o q eu sinto... exatamente como é.
Adouro!
é quase como um : "amei-te, mas nunca te amei."
o amor é mais criado do que vivido, e amamos a projeção que fazemos da pessoa, só é triste assim porque não é o amor que acaba, é a projeção que nunca se torna real.
***
e de fato, existem as pessoas que nos dão o prazer mórbido de sermos malvados e nos sentirmos melhores que os outros.
beijos Flávia.
Acho que amor nunca morre... ele se transforma... muda de cara... muda de dono... muda... nunca morre... enquanto a gente não morre...
Beijos, te amo!!!!
passei pra conhecer[otima semana
bjs
passei pra conhecer[otima semana
bjs
Acho que não existe ninguém que de fato saiba cuidar do amor da maneira que deve ser feito, apenas pensam que sabem. O amor é fácil demais para ser explicado, e difícil demais para ser entendido, é mais ou menos poraí a coisa...
beejO!
O que eu faço com você, Flávia? Toda vez que venho aqui sinto algo muito forte. Você desenha imagens em meu cérebro, muitas, e... hoje vi, atônito, that bridgeless chasm que há entre o que se promete e não se cumpre, mas, principalmente, entre o que se queria, sim, cumprir, mas não se pode, pois o coração manda na razão. A sem-razão do coração não se explica, sofre-se apenas.
Obrigado por mais este texto maravilhoso.
Beijos carinhosos do João
EDNA, MATTHEW,
Talvez seja porque o ser humano tem a péssima mania de só valorizar aquilo que perde. Ou não. Vai saber...
PATTY,
Ah, chore não :)
GLAU,
Ai... até sonhei com bebês, acredita?! coisa linda, coisa linda...
BILL,
Pois é, o amor nunca é o mesmo... ainda bem, né? Algumas coisas melhoram - e muito - com o passar do tempo e das experiências...
TYR,
Esse eu deixo pra responder via MSN, rs...
AFOBÓRIO,
Ai, garoto. Sem palavras pra agradecer. Obrigada, mesmo. :)
CAMILINHA,
Amar é doloroso, não-amar também - e amar e não ser amado, hum... melhor nem comentar, rs. Boa semana pra vc também, moça!
RITACAROLINA,
Pois é, menina... a gente esquece que beleza é mais que meramente estética, é também uma questão de personalidade, né?
RAFA,
eeeeeeeee!! Agora não se perca mais, né?
RODRIGO,
As roupas do SP Fashion Week também :P
THIAGUIM,
É que vc sabe, né? Iguais, iguais...
CHARLOTTE,
Sim, exatamente. Talvez por isso seja assim, tão dolorido... mas passageito, mesmo assim.
MILA,
Eu também te amo, e esse amor sim, não morre :D
DRI,
opa, muito prazer! Bem vinda, ótima semana pra vc também :D
JOÃO,
O que vc faz? Continue me dando o prazer de te receber aqui, moço - e de ler o seu carinho em forma de palavras :D
Beijos a todos!
Sabe de uma coisa?, é gostoso demais lê-la Flavita
O amor não morre, mesmo. Porém, a única forma de desaparecer faz-se quando o (des)humano o assassina sem dó! Afff, que eu não aguento isso... por 'nada no mundo'!
"Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa
Por favor..."
Se foi, que deixe em paz.
(tem um montããããão atrás!)
=D
Beijo forever!
Menina
Toda batida mais forte do coração vale a pena, ainda que não se ouça de volta um eco no mesmo tom ... pelo prazer simples de gostar a mais, de se apaixonar, de amar, ainda que de forma ímpar, mas sempre trazendo o seu melhor sorriso, pra quando o horizonte mostrar que o eu e o tu vão se tornar nós ...
Alguma coisa do amor ficou - e escreveu estas palavras.
Biejos!
WALTER,
Sabe de uma coisa? Eu estava com saudades de vc! :D
PATI,
Olha que discrepância: vc vem de Chico e eu me lembro da música da Pitty, aquela do "mas eu não ficaria bem na sua estante", rs. E da Anais dizendo que o amor nunca morre de morte natural; morre porque nós não sabemos reabastecer sua fonte. E do quanto é complexo isso de relacionamento... complexo demais, melhor nem pensar muito - e limitar nosso papel a reconhecer as diferenças entre o que existe, o que deixou de existir e o que nunca existiu. Néam? :D
MONDAY,
Moço: vale, sim. Cada batida do coração vale a pena. E, para que essas batidas não se mecanizem, vale muito a pena também reconhecer a hora de virar a página - quem sabe pra reaprender outros compassos que darão o tom desse bater, não?
LEILA,
Porque metade de mim é amor e a outra metade também, rs. Mas, no caso estrito do continho, não sei... talvez tenha ficado, talvez não. Ficção tem dessas coisas, a gente nunca sabe o que se passa na cabeça dos personagens...
Beijos a todos!
Oi Flá, deixa estar que quem nasceu para amar, sempre seguirá amando...
Te emociona Flávia, porque assim, tu sempre nos emocionas.
Ama e ama sempre e ama mais e mais.
Mas usa a tua razão porque sempre precisarás dela, mas somente prá não te machucares.
Aí, saca tua razão e atira o verbo ácido...
Porque sempre, Flávia, após uma dessas decpções e frente à desatenção, reafirmaremos que finalmente estamos imunes ao amor. Pois este é o intento da razão.
Mas a vida avança, como se engolisse o tempo e o hoje foge com todas as memórias e despeja às pressas um novo amanhã.
Ficamos atentas e mais espertas, mas depois, revemos atônitas porque novamente, revisitamos as mesmas emoções que decidimos não ter.
Sabe porque Flá?
É que apesar de tudo que sofremos e escrevemos sobre o amor, continuamos amando...
Apesar dos inúmeros recortes filosóficos que fazemos sobre o amor, continuamos amando...
Apesar de todo investimento terapêutico, na reconstrução de nossa subjetividade, continuamos amando...
Apesar de todos os exemplos de paixões falidas, fugidias e irreais, continuamos amando...
Apesar de já não termos mais, quinze anos, e até crermos que o nosso coração se encouraçou, continuamos amando...
Apesar de querermos negar, de até querermos não querer, continuamos amando...
Apesar de tentarmos ceder aos imperativos da razão, continuamos amando...
Sabe de uma coisa Flá, queria que me dissésses porque que apesar de tantas feridas e tantos motivos, aparentemente plausíveis, continuamos amando?
Se souberes, me fala, preciso muito saber.
Carinho,
E um amor dessa entrega incondicional é redundante, pois amar é não conhecer condições... até que ganhe-se o direito tolo de se tornar racional. Quando ignorado, o amor tem essa coisa de não criar poeira de canto, mas agitar-se em algo mais, até que seu jeito corroído se torne besta perigosa. E a racionalidade congele o coração por um segundo que seja.
Saudações.
Sim... como dizia aquele velho conhecido "...o amor tem razões que a própria razão desconhece...".
Dentre essas razões, obscuras e nefastas, transita a dor. Dor e indiferença que corroem qualquer coração, que por vezes só pedem um pouco de paz pois são 'potes' de mágoas.
Excelente blog. Visitar-lhe-ei mais vezes.
Passe lá no meu bar... esses belos olhos castanhos lhe garantem uma dose grátis.
Um drink. Aos corações.
Rum
Triste ter tanto amor e não ser aproveitado.
Pura emoção.
lindo dia flor
beijos
... mas este amor vai vagar e vagar, até encontrar um novo coração para se alojar com todas as suas forças, porque amor que é amor nunca morre! Beijos!
Tu fez! Tu bebeste do vinho!
E quem não soube degustar, que fique sozinho!
(;
Beijos, linda.
NOOOOOOOOSA que lindo seu texto,que lindaa forma como escreve!
PARABÉNS
Ultimamente ando assim tbm.Dores de amores são sempre todas iguais,nos deixam sempre todos iguais...(Os que sofrem pelo menos)
eu acho o amor. o sentimento mais complexo. pode não ter explicação. nem palavras certas. mas é sempre o mais intenso. a vida. e a morte. o desfazer. e refazer de vontades. o despertar de toques. e desejos. o equilibrio. desiquilibrado. de estar ausente. mesmo que presente. é assim. dói. depois cura. e você ama. de novo. de outro jeito. mas ama. o mesmo. o desconhecido novo. mas ama. porque não amar também machuca. e talvez mais...
Às vezes quase acredito na Rita Lee: mulher é bicho esquisito (ainda assim, adorável)[Esta parte não é da Rita Lee].
As mulheres são como as massas, as grandes multidões, desconhecem o seu poder.
Num tempo que há de vir, nos futuros livros de História, haverá menções à Maria, a grande; Flávia, grande rainha, senhora das quatro direções; Joana, rainha das rainhas; etc, etc.
Nomes como o de Alexandre, o grande; Ciro, o grande; e crônicas deste tipo, serão apenas uma sombra velada de um passado que nem a análise do carbono 14 será capaz de identificar. ;)
Um beijo!
P.S.: Se gostar de música medieval e quiser "ouvir" o meu post de estréia (Dança Medieval) no blog O Bar de Ossian, clique aqui
Muito intenso e lindo esse texto!
Bjitos!
E daí que nascem os famosos gatos escaldados.
flávia: absurda.
mulher. parece que a gente teve conversas daquelas de varar a madrugada e eu te contei minha vida, meus desamores e tudo mais.
medo de tu! :P
lindo lindo, de chorar.
beijo =**
*e gota d'água tava no meu nique nos últimos tempos, ouvi até enjoar. :P
Ah, Flávia, há tempos eu queria botar para fora o que sinto, mas não consegui, sequer, chorar para aplacar minha dor. Agora, finalmente, consegui. Obrigada!
Sem saber, escreveste sobre minha vida.
Tudo aqui é muito lindo.
Virei sempre aqui.
Beijos
Amores inventados, desesperados, sofisticados, esbodegados:
desde que seja amor, vale a pena.
Vale até ir embora sem vinho e sem esquinas.
Porque foi amor.
:)
A emoção descrita nesse amor, nessas palavras tão cheias de sentimento me fizeram reviver momentos de mim mesmo. A tua maneira tão sensível e singela de demonstrar aquele amor que foi, que resistiu, que viveu e sentiu, até simplesmente esvair, me encantou totalmente.
Como é bom vir aqui te ler Flavinha.
Tu és uma adorável.
Grande Beijo
;)
Belo texto.
O blog vai para os meus favoritos.
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