segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Do Instante ao Destino


Soundtrack: Matthew Perryman Jones - Amelia

Entendo que hoje seja um dia difícil. Entendo mais: que hoje é um dia difícil arrastando um som metálico de melancolia, assim sofrido, meio oco. Coisa que devia ter sido deixada para trás mas veio caminhando junto. Boa companheira, má companhia. Muito peso para carregar, bagagem quase nenhuma. Um quase você, não fosse esse olhar que não se encaixa. Entendo mais por intuição do que por me dispor a; deve mesmo haver, escondido sob os sulcos dos nossos pés, um instante que nos prepara para certas compreensões. E eu lhe digo que entendo e que não me importo com o fato de hoje parecer maior do que realmente é, e lhe digo que todas as coisas de hoje rodopiam íngremes conforme a sua própria vontade e o que nos cabe é discutível e torto porém não se engane com minha concisão: pratico vermelhidões mas sou frágil como mente desenganada. E não me preocupo com o que você vai achar ou não, eu vou ficar aqui, arrumando a casa para o dia do vendaval. Sem trancas nas portas. Sem portas, que eu não quero oclusões. Não me acostumo. Eu vou ficar aqui, arrumando a casa, desarrumando um pouco a vida: fascinante como tudo fica mais inteiro depois de uma gota de caos. Porque não há mesmo redenção sem um pouco de culpa, nem resgate sem um tanto fiel de perdição.

Eu não me lembro da última vez em que foi fácil. E quando não há nada, como é que se faz?

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Sacramento

Essa revolta auto-explicativa é uma total perda de tempo. Desde que rompi comigo mesma para pactuar com meu coração virado em entidade de olhos deslizantes como pigmentos foscos zunindo desimportâncias feito libélula, desde que me acostumei com meu corpo boiando na superfície de meu conflito mais bem cultivado. Nenhuma dívida, nenhum segredo. E eu sinto a vontade de escapar de mim e arder nas minhas pernas e braços, e escapo de mim e retorno e escapo e retorno e escapo e retorno e me pergunto: para quê?, sempre fui uma péssima fugitiva. Sempre fui péssima em tantas coisas. Péssima e desgarrada. Noite dessas, juro, senti um gosto de palavra queimada na água, engoli e desceu áspera, meio coisa pagã inocente de delito. Engoli, perdi o sono. E encontrei essa escolha fatal num dos bolsos da camisa que me escondia a nudez e as vontades, essa escolha de continuar não me pertencendo e sendo qualquer coisa vária e meio inventada e desconhecedora de escapatórias. Escolhi, não há retorno: então não há razão para medo de escuro. E, ainda que houvesse, cansei de me esconder.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Eu Não Morri

Certo?

Ando só um pouquinho escondida. Quem quiser me encontrar, agora eventualmente pode me fazê-lo no www.facebook.com\flabrito. No mais, saudades de todos, todos, todos.

Beijos!