domingo, 30 de março de 2008

Presente, geeeeeente!!

ATENÇÃO: Este é um post essencialmente “memístico”. Portanto, aqueles que fogem de memes como o diabo foge da cruz sintam-se desobrigados de fazer essa leitura...

Número 1: respondendo o meme que o Fernando lá do Coluna Fantasma me passou, tá aí a foto do texto no qual estou trabalhando agora. Como ainda não está terminado, esse é o único trecho que deu pra registrar... E vocês, Mr. Pickwick, ALF e Van, estão escrevendo o quê ultimamente? A bola – ops, o meme – tá com vocês.
Número 2: Selos. Muitos!!! Obrigada a todo mundo lembrou de mim mesmo nessa fase em que pouco dei as caras por aqui – e por aí, também e principalmente. Fernando, cara... obrigada pela avalanche de presentes!!! É bem como você falou, quando se referiu ao Tyler – quase orgástico... Obrigada MH, Si, Renatinha, Babi Soler, Mila, Luciano Fabre (saudade de você, caramba), Heliarly... cada selo desses me dá ainda mais vontade de melhorar esse bloguinho nosso de cada dia. Obrigada também a quem continuou por aqui, firme e forte, aparecendo pra dar um “oi” de vez em sempre... e, quanto às indicações, vou fazer exatamente como feito das outras vezes: vou passar meus presentes para todo mundo, ora pois. Não quero cometer a injustiça de deixar ninguém de fora... portanto, dirijam-se todos à coluna A SEGUIR e peguem todos os selos que estiverem à disposição, sim? Assim que todos forem devidamente “apropriados”, coloco no slideshow juntamente com os outros.













Devo estar esquecendo alguma coisa, pra variar... mas não faz mal não, depois eu lembro e volto pra atualizar, se for o caso.

Beijo, beijo, beijo, gente!

quarta-feira, 26 de março de 2008

Hoje - e até segunda ordem - estou aqui.

Beijos a todos e excelente semana!

terça-feira, 18 de março de 2008

Outros Dias

“Não era ainda o meu nome.
- E agora, José?
Também não era.
- E agora, meu rei?
Adiantava ser rei?”

(Orígenes Lessa em O Mundo é Assim, Taubaté)



Às vezes despertamos tarde demais para o fato de que algumas coisas não podem ser recuperadas. Tempo é uma delas; e nenhuma outra perda acontece de forma tão silenciosa, como se nada fosse. O tempo se dilui diante dos nossos olhos e só nos damos conta disso quando, entre surpresos e incrédulos, nos pegamos perguntando a nós mesmos onde foram parar aqueles dias em que a vida era quase leve.

Onde foram parar aqueles dias em que a vida era quase leve? Pessoas chegando, partindo, ficando, a gente correndo, amando, sofrendo, fazendo. Passando. Crescendo. Outra hora eu digo. Outra hora eu faço. Outra hora, que sabe-se lá onde foi parar. O Fulano que morreu, a Cicrana que casou, o filho do Beltrano, que nasceu no ano passado. O Beltrano. O ano passado. A camisa assinada no último dia de aula, há tanto tempo. Tanto tempo. A gente, onde a gente foi parar.

Onde foram parar os pequenos prazeres. Aquele disco, daquela banda, com aquela música, aquela. Todas aquelas músicas. As cartas – as escritas, as pensadas, as aguardadas. A tranqüilidade cantarolante de dedos sujos de chocolate. A alegria descalça e de cabelos empapuçados d’água da chuva. Os caminhos todos que levavam a lugar algum – não pelo medo de ir, mas porque era seguro ficar. Os dias em que se caminhava contra o vento, sem lenço e sem documento. Aquele vento, ah, aquele vento.

Onde foram parar as promessas. Todas elas.

O dia de fazer as pazes, onde foi parar. As certezas – hoje resquícios enevoados de um discurso cujo sentido se perdeu em alguma esquina turbulenta por aí. Os desejos empoeirados esquecidos em um canto qualquer da lista de prioridades. As intenções: do cinema no fim de semana, do fim de semana na praia, da praia com os amigos, dos amigos no cinema. Onde foram parar todos os paradeiros desconhecidos que, antes, encontraríamos sem a necessidade de trilhar a nós mesmos guiados por instáveis migalhas de pão.

Nem dá para reconhecer, ao certo, como – e quando – deixamos de ser parte daquilo que éramos. Porque uma boa porção de nós mesmos, indiscutivelmente, se vai junto com o tempo; não o tempo cronológico e britanicamente compassado dos ponteiros do relógio, mas o tempo particular de cada um, relacionado com as peculiaridades de cada cotidiano. O Tempo-Instante, muitíssimo mais precioso – e fugaz – que o Tempo-Ampulheta. O Tempo como uma malha de instantes únicos e decisivos para que uma pessoa não se torne pura e simplesmente um esboço de si mesma. Às vezes, ter a exata dimensão dessas perdas assusta mas, no fim das contas, tanta coisa impressiona – e é preciso saber que foi preciso perder para não perder mais. Tanto tempo. A gente, onde a gente foi parar.

A vida era quase leve.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Coisas de Mulher

Há quem faça uso da expressão “coisa de mulher” como se a coisa em questão fosse algo tão tenebroso e incompreensível que realizá-las, ou pensá-las, ou dizê-las, ou querê-las, ou conjugá-las sob qualquer outro verbo só poderia mesmo ser exclusividade da ininteligível condição feminina. Medo de barata? Coisa de mulher. Demorar no banho? Coisa de mulher. Experimentar todas as roupas do armário e sair justamente com a primeira? Coisa de mulher. Assistir ao mesmo filme água-com-açúcar pela centésima nonagésima sétima vez e chorar copiosamente como se fosse a avant premiére? Coisa de mulher. Ok, mulheres realmente fazem isso – o que não quer dizer que alguns homens também não o façam, mas isso não vem ao caso (por enquanto). O que realmente interessa são as coisas de mulher que costumam passar despercebidas, ou nem tanto. E que todas as mulheres gostariam que fossem lembradas como genuínas coisas de mulher.

Coisa de mulher é ter peito, muito além do volume delimitado pelo sutiã. E mangas, arregaçadas diariamente na lavra da parte que lhes cabe no latifúndio da vida. Foi-se o tempo em que coisa de mulher era esquentar a barriga no fogão e esfriar no tanque. Embora muitas vezes ainda façam esse percurso, esse não é mais o único caminho a seguir: mulheres têm a liberdade de pavimentar seu chão com suas próprias escolhas e conquistas.

Casar talvez ainda seja coisa de mulher. Mas, muito mais do que casar, coisa de mulher é amar e ser feliz. Coisa de mulher é beijar, abraçar, fazer amor ou sexo segundo sua vontade. Gozar. Curtir seu corpo e sua feminilidade. Orgulhar-se de sua sexualidade. Porque ser mulher nada tem a ver com orientação sexual, assim como passa longe de ser dependente da genética – a fêmea vem ao mundo e se faz mulher à proporção de suas vivências. Construir-se – e reconstruir-se – é coisa de mulher.

Chorar é coisa de mulher. E mulher chora fácil, e por tudo – pois, para um coração de mulher, nada há que não mereça pelo menos uma lágrima (até prova em contrário). Mas coisa de mulher, mesmo, é sorrir. O meio sorriso de Monalisa, o riso escancarado de Joana, a gargalhada cristalina de Carolina... as risadas todas, de todos os timbres, com e sem motivo. Coisa de mulher é parir. Filhos, sonhos, idéias, pensamentos, tendências – e alimentar esses frutos com o leite de seu corpo e de sua alma. Estar a postos para vê-los crescer, se agigantar, frutificar – e, dia após dia, se surpreender, orgulhosa, a lamber a cria que concebeu.

Coisas de mulher são aquelas coisinhas peculiares e encantadoras que fazem das mulheres criaturas ímpares. O encanto, a sedução, a imprevisibilidade, a altivez, o endurecer sem perder a ternura. Coisa de mulher é entender que homens e mulheres são diferentes, e que as diferenças aproximam e engrandecem as semelhanças entre ambos. Coisas de mulher não se entendem, não se enumeram, não se questionam – é sentir, e o resto flui. Ser mulher é coisa que vem do útero. Ah, benditas coisas de mulher.

Matutando

Há alguas coisas que não se entendem.

Entre todas as funções desse blog, uma que está terminantemente descartada é a exposição da minha vida pessoal (o que, aliás, foi um dos motivos para o total desaparecimento do blog anterior). Por isso optei desde o início por postar textos na sua maioria sem qualquer relação comigo, completamente ficcionais - mas essa postura reservada não me impediu de fazer excelentes amigos por aqui, e de consolidar essas amizades fora do ambiente blogger. Amizades nascem quando há receptividade de ambas as partes, independente do meio em que tenham surgido, e florescem quando há respeito pelas singularidades de cada um. Não é uma questão de adequação; amigos são aceitos pelo que são, e um dos sinais de respeito é justamente não tentar moldar as pessoas à nossa imagem e semelhança. Sendo assim, toda e qualquer amizade é real. Isso de separar amigos entre virtuais e reais é coisa que, sob o meu ponto de vista, não tem sentido algum. O que separa as pessoas não é o espaço físico, mas diferenças inconciliáveis no que diz respeito à forma de conduzir as relações.

Sou exatamente assim - reservada, reclusa, interiorizada. Sempre fui, e acho que dificilmente algo me fará mudar, o que não me impede nem nunca impediu de ter amigos realmente amigos embora completamente diferentes de mim, por uma razão muito simples: nos respeitamos. Não gosto de falar sobre mim, falo quando me sinto à vontade para tal; não sou do tipo que sempre será visto em baladas e afins, não fico fazendo média em rodinhas sociais para angariar popularidade, não gosto de andar em turmas, não estou sempre disposta a passeios, não separo ou classifico as pessoas pela forma como as conheci. A mim interessa o que sinto por elas, independente de estarem longe ou perto fisicamente. Se há quem chame essa atitude de hipócrita, ou ilusória, ou mundo de fantasias, a cada um cabe uma opinião - não sou eu quem irá julgar ou condenar. Cada um é feliz - ou infeliz - do jeito que é, do jeito que escolhe ser.

Amigos se respeitam, aceitam as diferenças e individualidades e, sobretudo, sabem conversar - e conversar não é apenas despejar nos ouvidos do outro tudo que se quer dizer mas, sobretudo saber ouvir o que o outro tem dizer também. Amizade é consensual. Portanto, quem não me respeita, não me aceita como eu sou e não é capaz de sustentar uma conversa adulta e isenta de ataques pessoais e grosserias, pode realmente ser considerado um amigo?

Todas as desavenças são resolvidas através de diálogo. E diálogo passa longe de ser "ou você faz assim e assado, ou então desapareça". Eu jamais farei o tal "assim e assado" por alguém ter me dado um ultimato. Odeio ultimatos mais do que qualquer coisa nessa vida. Então eu desapareço, certo? Mas espero o mesmo. Sem essa de recadinhos via scraps no ORKUT ou comentários blogger. Como já disse, tenho blog para compartilhar aquilo que gosto com pessoas que gosto, não para resolver pendengas pessoais.

E é isso. Desculpem-me aqueles que nada têm a ver com esse negócio, mas há coisas que não podem deixar de ser ditas.

Beijos a todos - virtuais ou não.