quinta-feira, 26 de abril de 2012

Pausa Para Ser.

Hoje chove muito. O dia inteiro, a noite inteira. Ruas, becos, casas, o tempo em suspenso. Corações distraidamente rabiscados na umidade das janelas dos ônibus, rostos entreolhando-se por curiosidade ou por hábito através das janelas dos carros, um cheiro sorrateiro de capuccino deixando a cafeteria para deslizar por entre pingos e guarda-chuvas. Chove, faz frio. A cidade, quieta como um bichinho adormecido dentro da própria carapaça. Mas parece mesmo que, nesse dias líquidos, também um pouco de vida brandamente se liquefaz e, generosa, escorre pelas vidraças e frestas desatentas dos corações atentos. E estamos assim, na chuva, com frio, porém intimamente conectados à a inexplicável humanidade que essa chuva traz.


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