domingo, 9 de novembro de 2008

Desculpe, Foi Engano

O que é a vida para você?

Soundtrack: The Twilight Singers - Powder Burns




- Alô.
- Oi. Quem fala?
- Quer falar com quem?
- Quem é?
- Olha, você me ligou. Quer falar com quem?
- Com você.
- E quem é você?
- Não vale a pena dizer. Só queria falar com alguém. Com você.
- Ok, já falou. Até mais.
- Não desl...

O telefone voltou a tocar, olhei: novamente, número não identificado. Não atendi. Precisava terminar de escrever aquele romance, protelado há semanas – meio por bloqueio criativo, meio por uma vergonhosa e irresistível preguiça. A chuva forte despencando do lado de fora era um convite tentador ao ócio; o telefone, se esgoelando sem parar, ajudava a tirar o pouco de concentração que me restava. Depois da enésima ligação atendi, contrariadíssima, e não disse nada. Esperei. Ele falava em voz baixa e, dessa vez, parecia meio constrangido pela insistência.

- Desculpa. Você não me conhece, eu não te conheço. Disquei ao acaso, você atendeu. Preciso falar com você, por favor, não desliga. Vou me matar daqui a pouco e preciso conversar com alguém.

Ótimo. Um lunático na minha linha no meio da madrugada. Na melhor das hipóteses, um desocupado. Passada a surpresa do primeiro instante e cumprido o inevitável caminho susto-perplexidade-indignação-só-me-faltava-essa, respondi com meu habitual respeito pelas duas condições:

- Você bebeu?
- Pareço bêbado?
- Ok. Você cheirou? Sem ofensas.

Ele riu.

- Você é sempre assim?
- Assim?
- Assim, meio sarcástica. Sem ofensas.
- Ah, não, não. Só quando desconhecidos com idéias suicidas me telefonam no meio da noite. Sabe como é, instinto.
- Você parece ser legal.
- Você fala demais para quem vai se matar.
- Quantos suicidas conhece? Quero dizer, conheceu?
- Nenhum.
- Como pode saber se falam muito ou se falam pouco?
- Como posso saber se vai mesmo se matar ou se é um esquizofrênico a fim de “suicidar” o próprio tédio e a minha noite também?

Silêncio. Do lado de fora, só chuva. Silêncio e chuva, ambos caudalosos. Quase desliguei, ele tornou a falar.

- O que é a vida para você?
- O que é a morte para você?
- Perguntei primeiro.
- Tanta coisa. Nascer, crescer, reproduzir, passando por todos os intermediários, talvez.
- Dá pra ser mais clara?
- Comer, beber, beijar, brigar, ter dor de barriga, arrumar um emprego, pagar contas. Cair da goiabeira e ficar com uma cicatriz no joelho, sexo por amor, sexo sem amor, fazer dieta, sabotar a dieta, tomar uma cerveja gelada num dia quente, tanta coisa, tanto faz, eu não sei. Não interessa o que é a vida para mim. Interessa o que é a vida para você. É VOCÊ quem quer se matar.
- Não quero. Vou.
- Ok, é você quem VAI se matar.
- Isso.

Silêncio. Para mim ainda parecia um trote mas, de repente, começou a me incomodar MESMO a possibilidade de que aquele sujeito fosse realmente se suicidar. Não sei se o incômodo era saldo da proximidade da vida ou da morte dele; o fato é que de repente aquilo tudo ficou muito desconfortável, principalmente porque eu não fazia idéia de quem era o fulano que me escolhera como ouvinte das suas – até prova em contrário – últimas palavras. Ele parecia tão próximo. Talvez estivesse esperando que eu dissesse “não faça isso” ou coisa parecida, ou algum tipo de discurso sobre como a vida é bela e a morte é negra, mas o insólito da situação tirara de órbita minha capacidade de raciocínio lógico. Ainda assim, foi minha vez de quebrar o gelo.

- E afinal, vai se matar por quê?
- Pensei que não fosse perguntar.
- Não ia. Perguntei porque acabou o assunto.
- E por que não desligou?
- Prefere que desligue?
- Você é estranha.
- Você ainda não viu nada.
- Não vejo sentido em continuar vivendo.
- Hã?
- Não vejo sentido em continuar vivendo.
- Isso é clichê. Não acredito que vai se matar por um clichê.
- A vida é um clichê.
- Não acredito que vai se matar por um clichê.
- No que você acredita?
- Agora? Acredito que você deve estar doidão.
- Não me mataria se estivesse doidão. Poderia me arrepender depois.
- É, poderia.
- Sua voz é bonita. Você deve ser bonita. Já pensou em se matar?
- A bola da vez é a sua morte, não a minha.
- Pensou, não pensou?
- Sei lá, todo mundo pensa nisso uma vez na vida.
- Por que não se matou?
- Porque não queria morrer de verdade. E acho que você também não quer. Quem quer morrer não fica de conversa fiada ao telefone.
- Uma contradição.
- Quê?
- A vida. É uma contradição. A gente nunca sabe mesmo quando está vivo e quando já está morto.
- Não prefere falar de amenidades? Sei lá, filmes. Batman. Você viu Batman?
- Não gosta de falar disso, não é?
- Estou tentando te distrair. Sei lá, pra você ter uma pré-morte mais legal. Aliás, como pretende, desculpe, como vai se matar?
- Você vai saber. Leia os jornais amanhã.
- Por que me ligou, afinal?
- Precisava falar com alguém. Fico feliz que tenha sido você. Se não fosse me matar, te convidaria para um cinema. Ou para uma cerveja. Enfim, fica para a próxima. Vou nessa, se cuide. Obrigado pela conversa.

Ele desligou. Só ele: eu fiquei subitamente atônita, com o telefone na mão. Não podia retornar a ligação, não podia nada a não ser esperar. Esperar. Esperar. Esperar. A madrugada passou lenta, se arrastando, eu rolando na cama, com o telefone na mão. Sempre com o telefone na mão. No dia seguinte devorei os noticiários e jornais em busca de algum sinal: nada. Uma semana mais tarde encontraram o corpo de um homem boiando no rio, sem marcas de violência ou qualquer outro indicativo de homicídio – segundo as informações, provavelmente o homem se suicidada. Não me contive: chorei. Depois disso a vida quase voltou ao normal. Quase, pois eu não conseguia esquecer o telefonema nem me convencer de que, mesmo que quisesse, eu não poderia ter impedido – cada pessoa segue seu próprio destino: o meu era atender a um telefonema, o dele terminara naquele leito de rio. “Você parece legal”, eu me sentia péssima, de qualquer jeito.

Voltei a trabalhar no romance e tentei esquecer o episódio, embora volta e meia ele me voltasse à memória. E, numa noite em que as nuvens anunciavam uma chuva tão torrencial quanto à da noite em que ele telefonara, ouvi o toque insistente da campainha. “Algum chato”, pensei, enquanto me encaminhava para a porta e espiava através do olho mágico. Não havia ninguém. Entreabri a porta com cuidado e olhei através da pequena fresta: nada, a não ser um pequeno envelope pardo depositado sobre o batente da porta. Apanhei-o e me tranquei em casa novamente e, ainda de pé junto à entrada, rasguei uma das bordas, verifiquei o conteúdo e senti o coração bater de alívio e de felicidade – como tinha me encontrado? Não importava: eram duas entradas para o cinema, a última sessão daquela noite. E um bilhete: “desculpe, foi engano.”


60 comentários:

Monday disse...

é difícil aprender a desligar quando se trata de vidas ... mas é sempre bom imaginar que quem liga do nada talvez não esteja assim tão convicto ... e que nem todos que aparecem a boiar são a mesma pessoa que temíamos ser. Seja como for, pensar positivo costuma ser bem mais saudável ... e às vezes faz a correnteza mudar!

Kari disse...

Que forte! Que intenso!
Me envolvi de uma forma tão... Tão inexplicável...

Mas afinal, o que é a vida para mim? Vou pensar a respeito, sabe? Estava ainda a pouco chorando o fato da vida não ser como gostaria que fosse... Mas acho que, o fato de ser já é algo, né?

Beijos

Belarmino disse...

Que lindo, que mágico! Simplesmente fantástico!
Eu via a cena se reproduzindo como as de um filme, conto MUITO bom!
Flávia você é ótima! Está de parabéns!

beijos

Anônimo disse...

Lidar com a possibilidade da morte nunca é algo interessante; apesar de ser a única certeza da vida, ainda sim, sempre queremos que ela demorre a chegar. Mas há gente que está morta por dentro e vive por viver. Penso que por mais ruim que possa ser uma situação, sempre há um por quê de estarmos passando por aquilo, e se matar é uma saída covarde, que nada valerá. Bjus e bfs

http://so-pensando.blogspot.com

Anônimo disse...

Bom... eu fiquei tão aliviada quanto "você" ao receber as entradas do cinema! :)

beijinhos e bom domingo!

Cris Medeiros disse...

Muito bom o texto! Até porque fala de suicídio algo com que já tive que lidar uma certa época da minha vida!

Bem envolvente o jeito como escreveu!

Beijocas

Rodrigo Carreiro disse...

Até me arrepiei.
Legal!

Ciça. disse...

Ai, que forte! Adorei!

:*

Mai disse...

Muito bom!
Dos melhores que já li.
Mas são mesmo enganos - o demitir-se da vida, o recusar-se a viver, a ligação aleatória, talvez a própria morte em si.
Sei lá, Flá, a morte é tão prosáica....Sei que morremos a todo instante, de tantas maneiras!
Continuas produzindo com uma beleza ímpar. Mesmo sobre tema tão denso, consegues imprimir uma assinatura de humor leve, sutil, respeitoso.
Não esquecí do livro, tá?
Lindo! Lí e relí.
Este vai pro livro, né?
Carinho.

Leandro Lima disse...

Puta que pariu, que intenso, meio insano, me prendeu do começo ao fim, um enredo que não se sabe onde vai chegar, pensa mil coisas, e isso prende nas linhas seguintes, nos faz devorar a leitura...
ta no favoritos já.
Excelente Domingo!

.Intense. disse...

Sim, que intenso. Adoraria que não fosse apenas um romance. Adoraria abrir a porta e encontrar os convites.

...

Bia Kohle disse...

A vida não tem descrição para mim.
Várias vezes liguei para algumas pessoas para não dizer nada, apenas "Oi" sem saber o que eu realmente queria. Ela não entendiam que eu precisava de alguém... Ela não entendiam que eu precisava falar... Conforme o tempo foi passando e elas se enchendo de me atender toda hora, parei.
Mas é uma ótima idéia. Se a minha cidade não fosse tão pequena, eu até ligaria ao acaso. Mas uma vez, uma única vez, eu fiz isso e caiu justamente no telefone de uma amiga.

Van disse...

Ai que meda!!!!!!!
=/

Ótimo conto.
Beijucas

:.tossan® disse...

Muito bom este conto! Bem escrito.
A tática do suseito é nova, esta eu nunca vi. Não, me recuso a aceitar que ele se matara, ali estava pra te convidar para o cinema. Não é? Abraços

Fernanda Papandrea disse...

muito bom o conto! =))

prendeu a minha atenção

Jú Carvalho disse...

Noossa, muito bom.
Meu primeiro pensamento ao terminar de ler foi - desgraçada. [perdão =x] Mas é foi isso, tipo como vc conseguiu me deixar apreensiva, com o coração parado o olhar fixo nessa tela q não era feita só de letras mas de imagens e vozes das suas personagens.
Ah simplesmente meu olho encheu de lágrima e depois com um suspiro tão fundo q chegaria no japão, eu sorri.
Nem preciso dizer q ADOREI né?
Pelo dito, por não dito eu digo:
ADOREI!

- Parabéns!

Isso aqui é lindo demais ;)
virei fã rs

Ruberto Palazo disse...

As vezes os caminhos que a vida faz são tão estranhos, estreitos, confusos e se perdem no tempo de uma noite chuvosa e triste. Um telefonema muda tudo, e entradas para o cinema podem abrir o tempo, nao é?

Beijos. Hermanaaa!!

Anna Bueno disse...

Que conto contado de forma encantada...Prendeu minha atenção e despertou minha preocupação. Fiquei aliviada qdo chegou o raio do envelope rsrsr
Penso na vida como um fio de linha que pode ser rompido a qqer tempo e com o mínimo de esforço, mas tb pode durar muito tempo intacto ou poído. Depende do que vc faz com ela.
Virei leitora assídua desse cantinho.

Welker disse...

E pensar que já fui como ele... agiu muito bem ao falar com ele assim. Já pensou em trabalhar no CVV? :T

Anônimo disse...

Uma linha tênue separa a vida da morte e é a morte que, parece, atrai muito a todos.
Belo conto, guria

Ana Luísa disse...

Nossa, muito lindo!!
Senti as coisas acontecendo, a última frase entãoo!
Lindo contoo.

Sara disse...

Fiquei muitíssimo aliviada quando a desconhecida da vez recebeu as entradas para o cinema...
Muito intenso o texto, nos faz sentir tão próximos da história dele... meu Deus!
Beijos, Flávia!

C. disse...

um filme. dá um filme.

Flávia disse...

A TODOS,

Esse negócio de vida e morte é um mistério e, acredito eu, sempre vai ser. Viver não é fácil... mas morrer, embora pareça, será que é? Nesse um segundo de desespero que não tem volta, o que se perde e o que se ganha? A gente nunca vai saber. Ou vai, não sei. Prefiro não ter a pretensão de entender o que há depois, mal entendo o que há aqui, agora.

Mas sei que existe muita coisa nessa vida que faz a gente achar que, embora vivo, está morrendo por dentro. E, às vezes, o simples fato de falar com alguém nos devolve a vontade de continuar vivendo. Porque, no íntimo, é o que todos queremos e precisamos... ser ouvidos, encontrar acolhida no coração de alguém. O mundo hoje é tão frenético que a solidão acabou se impondo como um ônus e, no meio de tanta gente, não raro nos sentimos sós - e acredito que essa cena ou algo semelhante (esclarecendo que a situação descrita não foi vivenciada por mim) deve ser mais comum do que se imagina.

Muito obrigada a todos pela visita e por tirarem um tempinho no corre-corre do dia pra fazer um pit stop e deixar suas impressões aqui. À galerinha que tá chegando agora, bem-vindos! Apareçam sempre, a casa é de vocês.

Beijão pra todo mundo e excelente segunda-feira!

Flávia disse...

P.S.: quem não conhece The Twilight Singers e curte indie rock, dê uma "ouvida" na soundtrack. É minha banda-dica da semana.

Anônimo disse...

Gente, ainda bem que ele não tava falando sério.. E o cinema, será que foi bom? O que aconteceu com eles? Pode e deve ter uma continuação essa história..

beejO!

Anônimo disse...

ESPETACULAR! Mais uma vez, vc brinca com as palavras como se elas fossem um joguinho de encaixe, e como sempre, o resultado final é uma obra prima digna dos melhores livros de conto! meus parabéns, de novo! bjs!

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

olá.


olha flavia, vou te dizer uma coisa, gosto tanto do que você escreve que fico horas aqui pensando até comentar, é que realmente não sei o que escrever.

a única coisa que posso dizer é que o teu texto como sempre me é perfeito.


sorte e luz.

Anônimo disse...

Ainda bem que ainda existem bons ouvintes.

Nadezhda disse...

Está ótimo! Adorei o texto.

A minha paranóia não me deixaria dormir durante esses dias,s e fosse ela.

;)

Anônimo disse...

Esse virou meu conto preferido! Sem sombra de dúvidas... Muito bom, Flavinha.
bjão

Gin & Rum disse...

'Você parece legal'.
Engraçado como temos essa impressão constantemente! Seja com um atendente de telemarketing, seja por ocasião de um engano...

Aliás, só por estes belos olhos castanhos e este sorriso misterioso eu já concordo com nosso suicida em questão: Você parece legal"

Ótimo post, como sempre... envolvente, assim como a autora.

Só posso parabenizá-la e aguardar o próximo, almejando descobrir algo mais por trás desse intrigante olhar.

Um drink. E mais duas entradas pra última sessão.

Rum.

Sempre querendo saber disse...

Bonito,estigante...Faz a gente pensar.Gostei
Bjo

Sunflower disse...

Eu sempre mano fulano se catar quando me liga por engano e bato o telefone na cara.

Imagina qtas entradas de cinema eu nao perdi???


Beijas

Anônimo disse...

Nossa, li em uma respiração, foi ficando tenso... E a respiração pesada...

E afinal o que é a vida e o que pensamos em fazer em segundos já mortos...

Quero dias simples, onde possa simplesmente sorrir por lembranças que ainda irei desenhar...

Tens ótimas palavras dona moça... Um tino literário muito bom...

Doce semana.

:*

Flávia disse...

MATTHEW,

Vou pensar no caso ;)

VINÍCIUS, AFOBÓRIO, ELLA, LUCIANA, BILL,

Words are my religion :D
Obrigada, gente!

NADEZHDA,

Idem, eu JAMAIS conseguiria...

ANÔNIMO,

Nem uma dica pra eu saber quem vc é?

RUM,

Vc tornou impossível recusar o convite - não dispenso a tríade drink + cinema + boa companhia.
Fico feliz que tenha voltado :D

SUNNY,

Não seja por isso. Topas?


Beijos a todos!

Jaqueline Lima disse...

acho que pra se matar, o índividuo precisa de muita coragem. ainda bem que ele era covarde, o suficiente pra escolher viver naquele dia.

Beijos!

Tyr Quentalë disse...

Cara Flávia,
Já passei diversas vezes por tal situação. Não em relação a telefonemas, mas em relação a MSN.
Passei madrugadas inteiras, conversando com os suicidas sobre vida e morte e acredite, sei que não é nem um pouco fácil.
Mas uma única vez, tive a oportunidade de ler:
- Engraçado. Sempre tivemos um ao outro como contatos no msn e apenas porque digo que vou me matar, é que você resolve estender um pouco mais a conversa.
Confesso que ri ao ler aquilo, pois era uma certa verdade. Quantos mil contatos temos em nossos MSN e para quantos ainda damos um Oi, ao ver-los conectados?
Não precisei pensar duas vezes para responder ao suicida:
- Às vezes é dificil manter cordialidades, quando apenas eu corro atrás... Eu poderia estar na mesma situação que você se encontra agora, mas aprendi que muitas vezes, sou eu quem devo correr atrás da minha felicidade. Depender dos outros para manter o sorriso e o animo, causa na maior parte das vezes angústia, solidão e pensamentos suicidas.

Anônimo disse...

Perfeito!
Quando esse romance vai estar nas livrarias de Salvador?
beijos, flor.

Alessandra Castro disse...

Tb naum estou conseguindo dormir, má minha vida nem tá tão movimentada assim. :D

Jana Lauxen disse...

Flávia!

Absolutamente genial!
Um dos melhores que já li aqui - e olha que você tem coisa boa, heim?
Típico texto que empolga.
Parabéns, muito bom!

:)

Anônimo disse...

Há dias em que dentro de nós, ouvimos somente uma música alta
em arcodes fúnebres,
Os livros e pergaminhos de nossa existência se espalham pelo chão;
As gavetas que outrora guardaram nossa esperança, encontram-se
vazias,
Tão vazias quanto nossa esperança
E a música torna-se mais extridente
Dentro de nós somente o desalento
Talves as lágrimas, o sangue doce
O desejo que a musica embale o fim do sofrimento...
Quando a vida finalmente sair pelo corte profundo...aos poucos... pelos pulsos
Talvez a morte de uma etapa.. talves a morte do corpo... Talves uma palavra para impedir
Ana Cárita

Altavolt disse...

Flavinha, Faço minhas as palavras do Afobório, acima. Gostei tanto do post que fiquei até sem palvras para comentar. Aliás, comentar o quê? Está tudo ali, para ser sentido e pensado. Ou tudo teria sido uma criativa jogada de marketing do sujeito para conseguir te levar pro cinema? Grande beijo!

Felipe Lima disse...

Eu achei o texto muito bacana, nem deu preguiça de ler! Mas confesso que fiquei sem entender o finalzinho, a parte do engano.
Um abraço e excelente semana, Flávia.

Anônimo disse...

Embora não exista teoria suficientemente esgotada para esse tipo de reação das pessoas, também acho que gente que quer se matar não fica ameaçando.
Bjitos!

Lary disse...

Simplesmente lindo!!!
Divino, primoroso, único!
Tocante...

Deu até vontade de ir levar um bombom pro cara que sempre atende as minhas ligações e me diz o quanto quer viver...

Nossa... arrepiei!!!

fab disse...

Não é à toa que seu blogue tem tantas visitas. Ótimo conto. Esse negócio do telefonema suicida é uma das lendas urbanas (ou não) que pode acontecer com qualquer um, seja num lado da linha telefônica ou no outro.
Você tem algo publicado? Se tiver me manda um link, sei lá.

Jimmy e eu agradecemos pela visita...

Grande abraço.

Anônimo disse...

O Fabrício, aí em cima, fez a pergunta que eu gostaria de saber: Tens algum livro publicado? Se tiver, por favor, avise-me, através do blogue da Jana, que quero comprá-lo (ou comprá-los).
Se não tiver, o que estás esperando, minha menina? Sei, talvez estejas esperando terminar os estudos. Até compreenderei, se for isso.
Flávia, uma história que pode se tornar realidade a qualquer momento, com qualquer um de nós. E te digo: me deste muitas idéias de como entabular conversa com uma pessoa que esteja assim, meio desnorteada.
Mas o que me deixa encantada, em teus relatos, são os finais felizes. Pode ser prosáico, demodê, até infantilóide, para alguns, mas eu adoro finais felizes.
Como decidi que fomos criados para sermos felizes, finais felizes é o óbvio, no meu entender.
Muitos beijos, querida.

Chantinon disse...

Adorei!
No meio do texto eu até pensei em um desfecho parecido, mas as entradas de cinema foram ultra criativas.
Agora, quem diabos iria né?

bjs

Anônimo disse...

A senhorita escreve de uma forma bela, agradável, encantadora. Não é engano. Tais palavras tem fundamento. Vem do encanto que produzes em mim. :)

Quanto as entradas do cinema, foi uma surpresa agradável e um desfecho brilhante. A cena foi-se montando na minha imaginação e pude ver com traços e cores o filme de tuas linhas. :)

Por favor não desista e continue escrevendo, planejando, sonhando. Conte comigo sempre que precisar e quiser! Estou aguardando o seu Livro nas Livrarias e uma edição autográfada! :)

Abraço, até breve,

R.Vinicius

Glau Ribeiro disse...

Flavinha,

To aqui, realmente, sem palavras. Esse conto me pegou de jeito. Imaginei cada cena, cada gota de chuva, cada palavra e cada silêncio entre os dois. E o final que me surpreendeu e me encheu a boca de sorriso. Esse dá, Flavinha. Dá filme. rs! =)

Entgraçado como a gente se sente impotente diante de uma situação dessas. Já vivi algo parecido, e por vezes, o incômodo do podia-ter-tentado-ajudar aparece. Mas acho que nessa hora a impotência na verdade é que mais incomoda, porque não se pode fazer muito. =/

Beeijo, querida!

Alexandre Lucio Fernandes disse...

Nossa Flavinha, um texto que faz a gente pensar. No que está implícito sobre a vida, a importância de vermos com bons olhos o que nos cerca. As vezes uma conversa pode fazer diferença.

Gostei muito.
Deu um nó na garganta.

Beijocas

Felipe Lima disse...

Entendi tudo numa segunda leitura.

Ana Luisa disse...

Nossa...nunca gostei tanto de entradas de cinema..rs.

Gostei disso:"Vc parece legal".

Beijok.

Henrique Fogli disse...

Muito bom o jeito como você escreve!
Adorei teu blog!
Beijo!

D.Ramírez disse...

Esse texto(antes vou falar da sua diagramação quando escreve, parecendo um livro mesmo, um storyboard com pausa de narrataiva, muito bom) , me lembrou uma passagem quano tinha estudio na bela vista em sp, estava sozinho vendo umas fotos, quando tocou o telefone, era engano, mas o papao seguiu, sem cantadas nada, super legal, era uma garota, e acreditem, isso durou meses e meses, toda noite nos falavamos por tel(nao existia net ainda), meses, e horas e horas pendurados no tel...nunca nos conhecemos pessoalmente, ms algo que marcou muito.
Adorei
Besitos

Tania Capel disse...

hj os blogs estão em revelando gratas surpresas... é a segunda vez que choro com possibilidades reais de vida! obrigada!

beijos na alma

Fernando Ramos disse...

É chover no molhado porque já te disse, mas esta personagem irônica ficou muito boa! E o que mais gostei,repetindo, foi o tal do "Vai se matar por causa de um clichê?" ;)

WOLF disse...

Uau! O que eu posso dizer? Fantástico! Quantas vezes mais você é capaz de surpreender? Imagina o que ainda tem aqui dentro. Só tirando férias do mundo pra descobrir tudinho. Só mais uma palavra: envolvente.